segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Maquilhagem: Nova Temporada (os essencias desta estação)

Artigo da revista "Notícias Magazine" N.º1014 (30 de Outubro de 2011) que é parte integrante dos jornais "Jornal de Notícias" e "Diário de Notícias".

Caspa nas mulheres e nos homens

http://saude.sapo.pt/beleza-e-estetica/lista-problemas/caspa.html


Caspa
As principais causas e formas de tratamento para este problema crónico


A caspa é uma manifestação visível de problemas no couro cabeludo. Para além do incómodo evidente da proliferação de escamas brancas, enfraquece os fios do cabelo, podendo acelerar o seu ciclo de vida-queda.

Como se não bastasse, trata-se de um problema crónico, isto é, com surtos recorrentes (que vão e voltam). Precisa de mais motivos para procurar tratamento?

A caspa é um estado descamativo do couro cabeludo que ocorre como consequência de uma reprodução anormalmente acelerada das células do couro cabeludo (as escamas brancas não são mais do que células mortas do couro cabeludo).

Pode ser seca ou oleosa, dependendo do tipo de pele do couro cabeludo. A caspa seca forma escamas finas que caem facilmente sobre os ombros. Na oleosa, as partículas tendem a permanecer coladas à cabeça, em forma de placas.

Quais os sintomas?
O aparecimento de escamas é o mais óbvio, e deve-se ao facto de as células mortas se desprenderem agrupadas em vez de isoladas. Também provoca comichão por toda a cabeça.

Qual a sua causa?

Na maioria dos casos, a caspa ocorre quando um fungo inofensivo (que vive na nossa pele) se multiplica no couro cabeludo, causando uma irritação que acelera a renovação celular nesta região (um processo que, habitualmente, ocorre em ciclos de 28 dias).

Perturbado, o couro cabeludo produz demasiadas células que não têm tempo suficiente para receber os nutrientes essenciais, perdem coesão e desprendem-se, à superfície. Entre os factores desencadeantes deste processo estão o stress, a fadiga, a seborreia (hipersecrecção das glândulas sebáceas), as alterações hormonais e a poluição.

4 passos contra a caspa
Use um champô anticaspa, alternando com uma fórmula neutra de uso diário. Procure os seguintes ingredientes: sulfureto de selénio, piridintionato de zinco, cetaconazol (antifúngicos) e ácido salicílico (remove a pele morta). São os mais eficazes. O alcatrão, só se for purificado (em bruto é cancerígeno).

Ensaboe duas vezes. A primeira aplicação, remove as escamas soltas e a gordura. A segunda (deixe actuar uns minutos) é a que penetra nas células e trata.

Não passe muito dias sem lavar o cabelo: a sujidade contribui para a descamação do couro cabeludo. Se necessário, lave diariamente.

Consulte um dermatologista para uma terapêutica personalizada: para além do tratamento tópico (champô, pomada...), pode incluir a prescrição de antifúngicos orais.

Texto: Fernanda Soares

A responsabilidade editorial e científica desta informação é da revista "Prevenir"


http://saude.sapo.pt/saude-medicina/saude-do-homem/artigos-gerais/caspa-no-masculino.html

Caspa no masculino
Quase metade dos homens são afectados por este problema, mas os avanços na área da dermatologia já ajudam a combatê-lo


A caspa é um estado descamativo causado por uma reprodução anormalmente acelerada das células do couro cabeludo. O aparecimento das escamas é o sinal mais óbvio e deve-se ao facto das células se desprenderem agrupadas em vez de isoladas por não terem tempo de secar. Sente-se também comichão em toda a cabeça.

As causas da caspa ou pitiriasis desconhecem-se. No entanto, está associada, como responsável ou agravante, a um incremento desproporcionado de malassezia furfur ou pytirosporum ovale, um fungo presente na flora microbiana do couro cabeludo.

Raramente aparece nas crianças e nos idosos e é mais frequente nos homens do que nas mulheres, supondo-se, por este motivo, que por detrás dela exista um factor hormonal ou, pelo menos, uma predisposição para a ter. O stress também parece desencadear ou agravar alguns casos.

Como combater a caspa:

1. Distinguir o tipo de caspa
A caspa simples é do tipo seco e forma escamas finas que caem facilmente sobre os ombros. Quando o couro cabeludo é oleoso, as partículas tendem a permanecer pegadas à pele formando placas. Neste caso, é importante utilizar produtos específicos para combater a caspa, mas também o excesso de oleosidade, que pode trazer complicações, inclusivamente a queda de cabelo.

2. Regular a microflora
Comprovou-se que a população de malasezzia diminui mediante o uso de um champô anticaspa que inclua activos antifúngicos e  anti-sépticos. Não aplique nenhum outro champô imediatamente depois, já que é necessário que os seus componentes fiquem depositados no couro cabeludo para prolongar a sua acção. O efeito pode reforçar-se com o uso de loções que podem ser aplicadas entre as lavagens.

3. Eliminar as células mortas
O seu excesso asfixia o couro cabeludo e irrita a epiderme. Por esta razão e para atenuar a presença das escamas inestéticas, os tratamentos anticaspa costumam incorporar substâncias queratolíticas que facilitam o seu despegamento do couro cabeludo. Nos cabeleireiros e centros especializados, é possível submeter-se a tratamentos de esfoliação do couro cabeludo, especialmente recomendados quando o problema passa por uma fase aguda.

4. Acalmar a comichão
A acção irritante da pele morta e os resíduos da malasezzia são responsáveis pela sensação de prurido que se agudiza quando a caspa é gordurosa. Por isso, é comum encontrar nos tratamentos para a caspa ingredientes de efeito calmante, para aliviar a irritação, assim como outros refrescantes, que tornam a sua utilização mais agradável.

Tecnologias que ajudam a combater a caspa
1. Radiofrequência
Emissão de ondas electromagnéticas que fazem vibrar as moléculas de forma a gerar calor. Este origina uma vasodilatação que potencia o fluxo sanguíneo. Facilita também a acção de substâncias terapêuticas. Há equipamentos que melhoram os casos de caspa, queda, oleosidade e debilidade.

2. Laser
Os lasers de baixa frequência ou frios transmitem uma energia lumínica fácil de absorver por parte das células cutâneas. Estas transformam-na em calor, criando um efeito semelhante ao da radiofrequência. À semelhança desta última, os lasers são usados contra a calvície, excesso ou falta de oleosidade.

3. Ozonoterapia
O ozono é um gás com um grande poder estimulador do metabolismo. Melhora a microcirculação e tem um efeito antiradicalar, mas é sobretudo um antiséptico natural contra todo o tipo de de microrganismos. Para além de melhorar o estado do cabelo, permite limpar a fundo a pele e os folículos, o que o converte num aliado de quem tem um cabelo oleoso ou caspa.

Texto: Rita Caetano

A responsabilidade editorial desta informação é da revista "Ultimate Beauty"

Acessórios Halloween

Hoje à noite celebra-se o Halloween.
Por isso algumas marcas de acessórios lançaram artigos para este dia festivo

Vou deixar aqui alguns:

Scary Witch Earrings da Accessorize
Sequin Devil Horn Clic Clacs da Accessorize
Site da Accessorize: http://www.accessorize.com/

Woven Web Necklace da Claire's
Devil Horns Headband da Claire's
Creepy Crawler Spider Drops da Claire's
Veja mais artigos da colecção Halloween da Claire's Teens: http://www.claires.com/store/the-goods/Teens/cat610020/What%27s-Hot/Halloween/

Feel It in Your Bones Necklace da Claire's
Halloween Boa Witch Hat Headband da Claire's
Web On Drops da Claire's
Veja mais artigos da colecção Halloween da Claire's Tweens: http://www.claires.com/store/the-goods/Tweens/cat610028/What%27s-Hot/Halloween/


Glittery Mini Witch Hat Hair Clip da Claire's
Bright Striped Witch Hat Headband da Claire's
Sassy Witch Necklace da Claire's
All Eyes On You Cat Drops da Claire's
Veja mais artigos da colecção Halloween da Claire's Kids: http://www.claires.com/store/the-goods/Kids/cat610036/Shop-by-Category/Halloween/

domingo, 30 de outubro de 2011

Cancro mama: Dieta saudável anti-cancro da mama

Dieta saudável anti-cancro da mama
Siga as recomendações de Ana Paula Avillez, médica imagiologista especialista em Senologia


A dieta pode influenciar o risco de cancro da mama?
Com base em vários estudos é credível que o tipo de alimentação esteja de alguma forma relacionado com o risco de cancro da mama. Trata-se de uma doença seis a dez vezes mais frequente nos países ocidentais do que nos asiáticos.

Esta diferença não é, pelo menos em grande parte, devida a factores genéticos, dado que a descendência das mulheres asiáticas que migram para países com elevado risco, como por exemplo os Estados Unidos, acaba por ter uma incidência sobreponível à da população hospedeira, ao fim de cerca de duas gerações.

Através do cruzamento de dados recolhidos em várias observações, admite-se que as dietas hipercalóricas, típicas dos países ocidentais, ricas em gorduras saturadas, açúcares, produtos industrializados e agentes de conservação, aumentam o risco de cancro da mama.

Alimentos ricos em gordura saturada (carnes vermelhas, lacticínios gordos como a manteiga, as natas e os queijos gordos), assim como os alimentos com eles cozinhados (doces, folhados, bolos), estão associados a aumento do risco de doença arteriosclerótica (depósito de gordura nas artérias). Alimentos ricos em gorduras insaturadas (azeite e óleo de soja e girassol) têm menos efeitos arterioscleróticos.

Parece assim razoável, com base nos dados disponíveis relativamente ao cancro da mama e da doença arteriosclerótica, aconselhar uma alimentação mais rica em gorduras saudáveis insaturadas (mono e polinsaturadas), com o aumento do consumo de azeite, de soja e de outras fontes das mesmas, nozes e óleos vegetais, ricos em ácidos gordos ómega 6, de peixes gordos, ricos em ácidos gordos ómega 3, em vez de carnes, lacticínios e alimentos processados.

Relativamente aos lacticínios, admite-se que fundamentalmente o queijo e o leite gordos estejam associados a um aumento do risco de cancro da mama. Também o consumo elevado de álcool está associado a aumento do risco de neoplasia da mama.

Os fitoestrogéneos correspondem a produtos que contêm estrogéneos em plantas («fito» significa planta em grego). Dentro destes encontram-se a soja, os cereais, como o trigo, o arroz integral, a cevada, a aveia integral, a cenoura, a cebola, o milho, o feijão, a ervilha, vários frutos, como as cerejas, as maçãs, etc.

A forma de se assegurar a presença de fitoestrogéneos na dieta é tendo uma alimentação rica em fruta e vegetais. Admite-se que a abundância destes produtos nas dietas dos países orientais possa estar relacionada com a baixa incidência do cancro da mama nos mesmos. Contudo, ainda nada está provado.

No entanto, os dados já existentes sobre o risco de cancro da mama associado à terapêutica hormonal de substituição (TSH) levam a que cada vez mais se usem produtos «naturais» contendo fitoestrogéneos na menopausa.

Os agentes antioxidantes como o mineral selénio e as vitaminas A, C e E encontrados em vegetais, frutos e cereais têm efeito protector devido à sua actividade antioxidante, estando envolvidos no controlo da multiplicação celular, do que se depreende a importância que podem ter na carcinogénese, actuando como agentes protectores contra vários tipos de cancros.

Relativamente a bebidas como o café, nunca foi demonstrada qualquer associação entre o seu consumo e o aumento do risco de cancro da mama. No que respeita ao chá preto, de acordo com vários estudos, parece constituir um factor protector, contrariamente ao chá verde em que não foi demonstrada qualquer relação.

Do que foi exposto pode concluir-se que uma alimentação equilibrada, pobre em calorias, evitando as gorduras animais e os alimentos açucarados e, em contrapartida, rica em fibra, com aumento do consumo de cereais, vegetais e frutos, é mais saudável, prevenindo várias doenças, nomeadamente a arteriosclerose e vários tipos de cancros.

Este tipo de alimentação deve iniciar-se durante a gravidez, dado que vai influenciar o desenvolvimento do feto, e é fundamental que prossiga ao longo da infância e adolescência, dado que há indícios de que possam ter maior influência no risco de desenvolver cancro da mama do que as dietas consumidas na idade adulta.

De facto, há dados que indicam que uma dieta rica em carne e pobre em vegetais, cereais e frutos diminui a idade de aparecimento da primeira menstruação (menarca) e aumenta a idade da menopausa, conduzindo assim a um aumento discreto do risco de cancro da mama.

DIETA SAUDÁVEL

- Pobre em calorias.
- Pobre em sal.
- Preferência por cozidos, grelhados, assados sem molho e estufados simples (sem refogar). A carne não deve ficar queimada.

1) Reduzir ou eliminar:
- Gorduras animais saturadas (carnes vermelhas, manteiga, natas, queijos gordos, banha).
- Açúcares e derivados (bolos, bebidas açucaradas, etc.).
- Bebidas alcoólicas.

2) Aumentar o consumo de:
- Fibras através do uso de hortaliças e de fruta.
- Peixes ricos em gordura saudável (ácidos gordos ómega 3), como salmão, sardinha, atum, cavala, sarda, sável, etc.
- Alimentos que possuem substâncias antioxidantes:

a) Vitaminas A, C e E: encontram-se nos vegetais de cor escura (couves, espinafres, brócolos, cenouras) e nos frutos de cor laranja (laranja, melão, alperce).
b) Minerais (selénio): encontram-se nos legumes (cebola e alho fresco).
d) Fitoquímicos: encontram-se no tomate, couves, chá verde, azeite virgem, cacau, limão, uvas, etc.

3) Seis a sete refeições por dia, comendo devagar, mastigando bem.

4) Beber bastante água para diminuir o apetite.

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/peso-nutricao/nutricao/artigos-gerais/dieta-saudavel-anti-cancro-da-mama.html

Cancro mama: A recidiva do cancro da mama

A recidiva do cancro da mama
As respostas da ciência para o reaparecimento do tumor após o seu tratamento


Chama-se recidiva ou recorrência ao reaparecimento do cancro, após tratamento. A terapêutica depende essencialmente da extensão com que aparece o tumor e da sua localização. Por exemplo, a recidiva na mama submetida a cirurgia conservadora, sem evidência de disseminação da doença a outros locais, pode tratar-se com mastectomia.

Se aparecerem metástases, ou seja, focos tumorais em sítios distantes, é necessária uma terapêutica sistémica para desacelerar a progressão da doença. Esta pode constar de quimioterapia, hormonoterapia ou imunoterapia. A radioterapia pode também ser útil, fundamentalmente nas metástases ósseas.

São também muitas vezes necessários cuidados paliativos, ou seja, tratamentos que têm por objectivo não a cura mas o alívio dos sintomas causados pela doença ou pelas terapêuticas aplicadas, com a consequente melhoria da qualidade de vida. Nesta linha engloba-se, por exemplo, a terapêutica da dor.

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/saude-medicina/saude-no-feminino/artigos-gerais/a-recidiva-do-cancro-da-mama.html

Cancro mama: Medicina física e de reabilitação no cancro da mama

Medicina física e de reabilitação no cancro da mama
O seu papel no processo de recuperação após a realização de uma cirurgia e os cuidados a ter


A medicina física e de reabilitação tem por objectivo a prevenção e o tratamento das complicações, que podem surgir após a cirurgia, no membro superior do lado operado.

As principais são a dor, a limitação de movimentos com possível repercussão nas actividades da vida diária, a falta de sensibilidade na parte superior e interna do braço, o edema linfático (inchaço), que pode surgir logo após a cirurgia ou muito tempo depois, por vezes vários anos. Este resulta da remoção dos gânglios linfáticos axilares tornando mais lento o fluxo da linfa.

Para as prevenir, podem ser feitos exercícios que serão ensinados pela equipa de reabilitação e que serão adaptados de forma gradual, de modo a serem bem tolerados, não causando cansaço excessivo. Com estes exercícios pretende-se que o membro superior do lado operado não fique com limitação da mobilidade e, simultaneamente, facilitam a drenagem linfática prevenindo o edema linfático.

Com o objectivo de facilitar a drenagem linfática é desaconselhado do lado operado o uso de objectos apertados, como pulseiras ou relógios, a medição da pressão arterial, a realização de grandes esforços ou carregar pesos, a prática de movimentos repetitivos, a colheita de sangue para análise, etc.

São aconselhadas uma série de precauções nas actividades do dia-a-dia visando evitar infecções. Lembre-se de que a circulação linfática tem um importante papel nas defesas do nosso corpo e que no caso da mulher submetida a esvaziamento ganglionar axilar está comprometida do lado operado, tornando-o mais vulnerável à infecção.

Devem assim ser prevenidas todas as situações que possam ferir ou queimar a pele, incluindo mesmo as queimaduras provocadas pelo sol. Desta forma, é aconselhada a depilação da axila com máquina eléctrica ou com cremes depilatórios, devendo banir-se o uso de lâminas.

Devem usar-se luvas de material resistente para lavar a loiça, a roupa e para a execução de trabalhos de jardinagem, luvas acolchoadas para mexer no forno, dedal para costurar, etc.

Há que evitar injecções no braço do lado operado, bem como receber soro. Deve ter-se cuidado evitando substâncias que possam ser irritantes para a pele. É ainda aconselhado o uso de um creme hidratante para protecção da pele.

Estes cuidados devem ser mantidos durante toda a vida, mesmo que nunca tenham surgido complicações. No caso de se ferir na mão ou no braço do lado operado, de ser picada por um insecto, de sofrer uma queimadura mesmo que solar, ou se notar alguma alteração, nomeadamente «vermelhidão», calor ou «inchaço», deve contactar o médico.

Uma vez instalado o edema linfático, o seu tratamento baseia-se na execução de exercícios, drenagem linfática manual (massagem) ou utilizando uma máquina (pressoterapia). São colocadas inicialmente ligaduras elásticas e posteriormente é recomendado o uso de mangas elásticas. Pode ser necessário recorrer à administração de medicamentos.

Em determinadas instituições de saúde têm sido criados programas de prevenção e tratamento multidisciplinares que contam com a colaboração de vários profissionais, nomeadamente médicos fisiatras, técnicos de fisioterapia, terapeutas ocupacionais, psicólogos, dietistas e assistentes sociais.

Estes programas englobam sessões em grupo para mulheres mastectomizadas ou submetidas a cirurgia conservadora seguida de esvaziamento ganglionar axilar, em que são dados conselhos para a actividade diária, são feitos exercícios, cinesioterapia respiratória, é dado apoio psicológico, nutricional e psicossocial. Estas sessões têm uma frequência bissemanal e prolongam-se por seis semanas.

A medicina física e de reabilitação pode ajudar no tratamento das outras complicações:


- Na dor, através do uso de agentes físicos analgésicos, por exemplo TENS (corrente eléctrica analgésica) ou massagens de relaxamento.

- Na limitação articular pela execução de determinados exercícios/actividades.

É muito importante ensinar às doentes novas estratégias para desempenharem as suas actividades diárias, de modo a prevenir as complicações mencionadas.

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/saude-medicina/saude-no-feminino/artigos-gerais/medicina-fisica-e-de-reabilitacao-no-cancro-da-mama.html

Cancro mama: Cirurgia plástica reconstrutiva no cancro da mama

Cirurgia plástica reconstrutiva no cancro da mama
Respostas às dúvidas mais frequentes sobre o processo de reconstrução mamária

A cirurgia plástica reconstrutiva tem, sem dúvida, um papel estabelecido na reabilitação após a mastectomia total ou parcial com recurso a numerosas técnicas. A sua intervenção faz parte do plano de recuperação física e psicológica da doente, em que a imagem corporal e a auto-estima assumem um papel muito relevante.

A reconstrução mamária trata-se de um campo muito vasto, pelo que a presente informação visa tão-só a apresentação de alguns conceitos gerais de forma acessível e procura fornecer algumas respostas às perguntas que mais frequentemente
inquietam as doentes que vão submeter-se a um processo de reconstrução mamária.

Neste processo, além da intervenção na zona da mastectomia, a mama contralateral é também alvo de remodelação cirúrgica em muitas das situações, tendo em vista a obtenção de simetria mamária. Assim, a mama contralateral (sem cancro) pode ser submetida a técnicas de redução ou aumento de volume ou de remodelação da forma mamária. As técnicas são assim praticadas, na maioria dos casos, fora do contexto da doença mamária, quer seja com intuitos funcionais (por exemplo excesso de peso mamário) ou estéticos.

O objectivo da reconstrução mamária tem em vista o restabelecimento da forma mamária após mastectomia ou excisões parciais, restabelecendo uma forma e simetria tão naturais quanto possível. Não visa, após a mastectomia total, o restabelecimento da capacidade de amamentação, uma vez que já não existe glândula mamária.

PERGUNTAS FREQUENTES

Quais os benefícios da reconstrução mamária?
De uma forma sintética podem resumir-se aos seguintes:

- Evita a utilização de prótese externa.
- Tem habitualmente boa aparência sob o vestuário.
- Mesmo sem roupa pode ser adequada.
- Aumenta a autoconfiança da mulher.

Quais as suas principais limitações?

- A indicação depende da doente.
- Obriga a duas ou mais cirurgias.
- Intervenção na mama contralateral quase sempre necessária.
- Não restabelece capacidade de amamentação como já foi salientado.
- O grau de satisfação depende das expectativas da doente.
- A simetria absoluta é quase impossível.
- Mama reconstruída não possui a mesma sensibilidade.
- Consistência e comportamento da reconstrução diferente ao longo do tempo, dependendo da técnica utilizada.

Quando pode ser feita a reconstrução?
Depende muito da situação clínica em causa. Existe a possibilidade de iniciar a reconstrução no momento da mastectomia (denominada reconstrução imediata) ou apenas iniciar o processo de reconstrução mais tarde (denominada reconstrução diferida).

A tendência actual é para iniciar o processo de reconstrução tão cedo quanto possível, privilegiando a reconstrução imediata. Isto é particularmente verdade no caso de cirurgias de recessão tumoral conservadoras, isto é, quando apenas se sacrifica parte da mama. Nestes casos a remodelação mamária na mesma cirurgia assume particular importância pois permite obter de imediato uma forma mamária aceitável sem necessidade de uma segunda intervenção.

Na decisão do início da reconstrução mamária existem muitos factores que devem ser tomados em consideração, nomeadamente o estado geral da doente, estadiamento do tumor ou a necessidade de radioterapia.

Quais as alternativas cirúrgicas para a reconstrução mamária?
Existem numerosas técnicas cuja indicação vai depender de diversos factores, entre os quais se contam os tecidos a remover, a vitalidade de tecidos locais, as necessidades de radioterapia, as condições gerais ou o desejo e estilo de vida da doente. De uma forma geral as diferentes técnicas podem agrupar-se da seguinte forma:
1) Implantes (próteses)
2) Tecidos autólogos: retalhos pediculados e retalhos livres
3) Combinações de técnicas

Para saber mais sobre estas técnicas clique aqui

O mamilo e a aréola podem ser reconstruídos?

Podem e devem ser reconstruídos de uma forma geral. A sua reconstrução faz-se por diversas técnicas de acordo com a doente em causa. Habitualmente é feita na fase terminal do processo de reconstrução em intervenção cirúrgica separada. Pode em muitas das situações ser efectuada sob anestesia local e em regime ambulatório.

Entre as técnicas mais populares para a reconstrução do mamilo contam-se a utilização de retalhos locais ou a partilha do mamilo contralateral por técnica de enxerto. A aréola é habitualmente reconstruída com enxerto de pele (da aréola contralateral ou de outro local) ou tatuagem.

Quantas cirurgias são necessárias?
Depende da técnica a utilizar. Habitualmente são três cirurgias sendo a última geralmente sob anestesia local e as duas primeiras sob anestesia geral.

Quanto tempo poderá levar desde o início ao fim da reconstrução?

Depende da técnica utilizada. Em caso de se recorrer a expansores poderá variar de seis meses a um ano. Em caso de utilização de retalhos sem necessidade de expansores o período poderá ser consideravelmente encurtado.

Quais as principais complicações?
Tal como em todas as cirurgias existem os riscos inerentes às técnicas anestésicas que são muito dependentes do estado de saúde inicial. O espectro destas varia muito, desde pequenas complicações a complicações graves.

As complicações cirúrgicas são essencialmente locais podendo ocorrer infecções (muito raramente sistémicas), deiscência de sutura (abertura da sutura), necrose (morte) parcial ou total dos retalhos, hematomas, seromas (acumulação de líquido sob a pele) ou retracções cicatriciais e hipertrofi a cicatricial, entre outras.

Existem complicações associadas aos expansores como a extrusão, falência mecânica com perfuração ou avaria do sistema valvular e contractura capsular.

A contractura capsular é um fenómeno que resulta do reconhecimento do dispositivo como um corpo estranho com consequente formação de fibrose em torno da prótese. Se essa fibrose for suficientemente intensa poderá resultar em deformação e dor no local da reconstrução. A maioria destas situações tem solução médico-cirúrgica. Outra complicação que pode ocorrer é o tromboembolismo venoso como ocorre noutras cirurgias.

A colocação de próteses está associada a doenças cancerígenas ou outras, nomeadamente auto-imunes?

Não existe qualquer associação cientificamente documentada.

Posso amamentar após reconstrução mamária?

Como já atrás foi referido, a amamentação não é possível se toda a glândula mamária tiver sido removida ou os galactófaros (canais que transportam o leite até ao mamilo) interrompidos.

Após uma mastectomia total não existe glândula mamária, pelo que a amamentação não é possível. Em caso de ressecções parciais poderá ser possível mesmo quando se utilizam técnicas de remodelação mamária após a excisão do tumor, desde que as cirurgias efectuadas não seccionem os referidos galactófaros.

A amamentação deve ser no entanto sempre equacionada em colaboração com o seu médico oncologista, tendo em conta diversos factores, entre os quais se conta a terapêutica que se encontra a fazer que pode contra-indicar a amamentação.

A mama contralateral, habitualmente também alvo de intervenção cirúrgica no processo de simetrização, mantém quase sempre a capacidade de amamentação.

Como vai ser a sensibilidade da mama reconstruída?
Nos casos de reconstrução mamária total após mastectomia a sensibilidade é muito reduzida ou ausente. Algumas técnicas permitem uma recuperação parcial desta. As mamas submetidas a mamoplastia de redução, mamoplastia de aumento ou mastopexia preservam habitualmente a sua sensibilidade, embora se possa encontrar alterada de forma transitória.

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/beleza-e-estetica/artigos-gerais/cirurgia-plastica-reconstrutiva-no-cancro-da-mama.html

Cancro mama: Reabilitação após o tratamento do cancro da mama

Reabilitação após o tratamento do cancro da mama
Produtos que ajudam a mulher a manter a sua imagem corporal após uma mastectomia ou cirurgia conservadora


A reabilitação é feita após o tratamento da doença e tem por objectivo prevenir e minorar o défice funcional, bem como as possíveis complicações que podem surgir na sequência da cirurgia e as eventuais perturbações emocionais e sociais, procurando assim melhorar a qualidade de vida da doente.

Após a cirurgia mamária, a mulher tem hoje ao seu dispor várias formas de manter a sua imagem corporal. Existem no mercado soutiens e fatos de banho adaptados ao uso de próteses externas, sendo esta uma solução para quem está ainda a aguardar pela cirurgia reconstrutiva ou simplesmente opta por não a fazer.

A cirurgia plástica de reconstrução é sem dúvida cada vez mais solicitada. Mas a reabilitação engloba também a medicina física e de reabilitação, o apoio psicológico e social, numa abordagem que deve ser multidisciplinar.

Relativamente aos produtos existentes para mulheres mastectomizadas ou submetidas a cirurgia conservadora, as próteses externas, os soutiens, os fatos de banho, permitem o seu retorno à vida quotidiana.

Todos os soutiens e fatos de banho adaptados para o uso de próteses possuem uma bolsa interior para a sua colocação, evitando que esta saia da posição adequada. Esta bolsa pode, em certos casos, ser adaptada a soutiens que a mulher já possuía antes da cirurgia, permitindo o aproveitamento dos mesmos.

No que respeita às próteses externas, existem múltiplas variedades, com diferentes formas, dimensões e propriedades, de forma a que a mulher possa escolher a que melhor se lhe adapte.Existem próteses e soutiens para o período inicial pós-operatório. Relativamente às próteses, são leves, tornando-se confortáves.

Os soutiens são de abertura frontal, sendo mais fáceis de vestir, pois evitam os movimentos de rotação do tórax indispensáveis no uso de um soutien normal. Há próteses cujo material de confecção permite uma adaptação aos movimentos do corpo, dando um aspecto muito «natural». Por exemplo, quando a mulher se deita, a configuração assumida pela prótese assemelha-se à da mama.

Há ainda próteses com uma almofada de gel na superfície que fica em contacto com o tórax, que permite a absorção da transpiração. Estão particularmente indicadas nas mulheres com excesso de transpiração, como resultado de tratamentos hormonais, da menopausa, da prática de actividades desportivas ou porque simplesmente vivem em climas quentes.

Também existem próteses com uma película aderente que permite a sua fixação ao tórax. Estas só podem ser usadas seis meses após a cirurgia, quando já há uma boa cicatrização. Igualmente para os banhos de piscina e de mar são fabricadas próteses especialmente programadas para esse fim.

Existem no mercado películas para protecção das próteses durante as sessões de radioterapia.Também estão ao dispor próteses parciais para as mulheres submetidas a cirurgia conservadora.

Podem igualmente ser adquiridos:

- «Mamilos» que se adaptam à prótese e ao mamilo da doente permitindo um aspecto simétrico.

- Protectores de ombro para alívio do peso do soutien, muito importantes, por exemplo, nas mulheres com linfedema consequente ao esvaziamento ganglionar axilar.

Em resumo, existem no mercado múltiplos artigos especialmente programados para que a mulher se possa sentir confortável e com uma aparência agradável, podendo voltar às suas actividades diárias.

É fundamental que se dirija a estabelecimentos que disponham de pessoal especializado e disponível para um atendimento personalizado, que saiba aconselhar o que melhor se lhe adapta.

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro
http://saude.sapo.pt/saude-medicina/saude-no-feminino/artigos-gerais/reabilitacao-apos-o-tratamento-do-cancro-da-mama.html

Cancro mama: A radioterapia no cancro da mama/ A quimioterapia no cancro da mama/ A hormonoterapia no cancro da mama/ A imunoterapia no cancro da mama

A radioterapia no cancro da mama
Os casos em que se justifica o recurso a este tratamento, em que consiste e os seus tipos e efeitos secundários


A radioterapia é frequentemente conhecida pelo nome de tratamento com radiações ionizantes. Baseia-se no uso de radiação, que são raios de alta energia, com a capacidade de destruir as células tumorais.

Faz-se habitualmente como complemento nos casos em que foi feita cirurgia conservadora.

Pode ser necessária em outras situações tais como:


- Em alguns casos após a mastectomia, por exemplo em tumores com diâmetro maior ou igual a cinco centímetros, ou com gânglios linfáticos axilares afectados ou que invadiam a pele ou a parede do tórax.
- Em tumores avançados para redução do volume tumoral e posterior cirurgia.
- Em tumores sem indicação cirúrgica.
- Pode também ter indicação no tratamento de metástases, fundamentalmente as ósseas e as cerebrais.

Está, porém, contra-indicada nos seguintes casos:

- Em doenças do colagéneo: lúpus sistémico e esclerodermia.
- Em situações em que foi feita irradiação prévia da mama e/ou do tórax.
- Durante o primeiro e o segundo trimestre de gravidez.

Pode ser aplicada externamente – radioterapia externa –, ou internamente – braquiterapia intersticial. Na externa, ou teleterapia, a habitualmente usada, não há contacto da máquina emissora de radiação com o corpo.

Os aparelhos actualmente usados são os aceleradores lineares de partículas. Podem emitir dois tipos de radiação:
- Fotões, com bom poder de penetração na mama, sendo limitada a dose de radiação na pele.
- Electrões, com baixo poder de penetração, usados para irradiar zonas superficiais.

É feita em ambulatório, sendo os tratamentos habitualmente realizados cinco dias por semana, durante cerca de cinco a sete semanas. A doente, durante a sessão de tratamento, terá de permanecer deitada e imóvel sobre a marquesa do aparelho. Cada sessão tem uma duração aproximada de dez a 15 minutos.

Na radioterapia interna, chamada braquiterapia intersticial, a mama é atravessada por agulhas ligadas por um tubo de transferência a uma fonte radioactiva. Estas agulhas são introduzidas na mama sob anestesia local, ficando fixas a uma placa de plástico perfurado.

O objectivo é irradiar a zona tumoral, poupando o mais possível os tecidos sãos, sendo a área irradiada mais limitada à zona de interesse do que na radioterapia externa, mas funcionando apenas como reforço desta. É habitualmente usada após cirurgia conservadora, sendo que o número de tratamentos é variável.

O tratamento unicamente com radioterapia externa ou a associação das duas, externa e interna, é ponderado caso a caso.

Antes de começar o tratamento de radioterapia, tem de ser feito um planeamento, ou seja, tem de ser estudada a dose e a direcção dos feixes de radiação a aplicar, para irradiar o tumor, poupando o mais possível as estruturas em redor, como o coração e os pulmões, evitando-se assim efeitos secundários.

Com este objectivo, faz-se inicialmente uma tomografia axial computorizada (TAC), para se localizar o tumor e «desenhar» a zona a irradiar. Posteriormente, este exame é usado para fazer a dosimetria clínica, ou seja, uma programação da direcção dos feixes de radiação, das suas dimensões e dosagem.

A dose de radiação é assim modelada ao longo do campo a irradiar, de forma a ser mais intensa nas zonas «alvo» e mínima nos tecidos normais mais próximos. Definem-se gráficos com linhas de isodose que ligam pontos que vão receber a mesma dose de radiação. Por fim, pode verificar-se se a programação feita na dosimetria está correcta, usando-se com este objectivo um aparelho chamado simulador.

Este tem um sistema de radioscopia que permite ver em tempo real, num monitor, as estruturas que irão ser atravessadas pelas radiações durante o tratamento. Para esse efeito, usa feixes de raios X com as direcções programadas para os feixes de radiação, permitindo assim, se necessário, fazer ajustes e correcções antes de iniciar as sessões.

No que diz respeito aos efeitos secundários, é possível destacar:


- O cansaço é um sintoma comum, aumentando com o avançar do tratamento. Pode manter-se durante algum tempo após terminadas as sessões.

- As alterações da pele, embora já sejam evitadas em muitas doentes, são ainda frequentes. Podem aparecer durante ou logo após o tratamento, englobando neste caso o eritema, «vermelhidão», a descamação, a erosão (feridas), o espessamento. Também podem ocorrer algum tempo após o termo da terapêutica, podendo consistir neste caso em espessamento e vasos sanguíneos dilatados (derrames).

As lesões cutâneas geralmente desaparecem gradualmente após terminar o tratamento, embora em alguns casos permaneça por exemplo uma alteração da cor da pele. As medidas a tomar para minimizar estes efeitos secundários indesejados da radioterapia são sugeridas pelo especialista e incluem:

- Exposição da pele ao ar para ajudar a cicatrizar.
- Uso de roupa folgada e de algodão para evitar a irritação da pele.
- Uso de produtos de cosmética adequados, etc.

Outras complicações mais graves, como por exemplo as pulmonares e as cardíacas, são actualmente raras, dada a precisão do planeamento computorizado.

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/saude-medicina/saude-no-feminino/artigos-gerais/a-radioterapia-no-cancro-da-mama.html




A quimioterapia no cancro da mama
Médica imagiologista especialista em Senologia esclarece em que consiste este tratamento e quais os seus efeitos secundários


A quimioterapia consiste na utilização de fármacos que destroem as células tumorais. São normalmente administrados por via endovenosa (através das veias). Os medicamentos entram assim na corrente sanguínea, circulando por todo o organismo. Durante a administração não é comum observar-se sintomas. Geralmente não há necessidade de internamento, sendo feito em ambulatório.

A quimioterapia está indicada nos seguintes casos:

- Quando são detectados gânglios invadidos na axila.
- Nas doentes consideradas com alto risco de recidiva, mesmo que não tenham metástases nos gânglios axilares.

Podem ser englobadas no grupo de alto risco de reaparecimento de cancro:
- Mulheres com idade igual ou inferior a 35 anos, independentemente do tumor ter ou não receptores hormonais.
- Mulheres na pós-menopausa se o tumor não apresentar receptores hormonais.
- Mulheres com tumores pouco diferenciados.
- Mulheres com tumores com mais de dois centímetros de diâmetro.
- Quando se detectam metástases em órgãos distantes, como o fígado, os pulmões, os ossos, etc.

A quimioterapia, como se disse anteriormente, pode estar indicada antes ou após a cirurgia, ou ainda, no caso de esta não estar indicada, isoladamente. Pode ser feita em conjunto com outro tratamento, tal como a radioterapia.

A quimioterapia feita antes da cirurgia chama-se neoadjuvante e está normalmente indicada em tumores localmente avançados e na redução do volume tumoral, permitindo assim uma cirurgia menos agressiva, muitas vezes conservadora. Por outro lado, é o único meio de verificar a eficácia dos fármacos seleccionados especificamente sobre o tumor em causa. Assim, antes de remover cirurgicamente o tumor, podemos verificar se o mesmo diminui de tamanho sob a acção dos medicamentos escolhidos, o que significa que, se vier a haver metástases, estas irão regredir.

A quimioterapia administrada após a cirurgia chama-se adjuvante e está geralmente indicada quando há gânglios com tumor ou em tumores maiores que dois centímetros. Tem por objectivo erradicar eventuais focos tumorais com dimensões tão reduzidas que não são detectados pelos meios actuais de diagnóstico. De facto, após alguns anos, aparecem muitas vezes metástases, o que leva a admitir que já existissem na altura da cirurgia, não tendo sido detectadas.

No que diz respeito à duração do tratamento, pode dizer-se que é variável. É planeado caso a caso de acordo com o tipo de tumor e o seu estado de desenvolvimento. Assim, tendo em conta vários factores, são escolhidos os fármacos a aplicar, as suas doses, bem como a periodicidade na sua administração.

Durante o período em que é feita a quimioterapia, são realizadas análises para ver a forma como o organismo está a reagir e assim adaptar a duração e a periodicidade do tratamento. Normalmente são administrados quatro a oito ciclos.

No que diz respeito aos efeitos secundários ou adversos, resultam dos fármacos usados na quimioterapia que, além de actuarem nas células tumorais, agem também sobre as células normais. Estes efeitos não são apresentados por todos os doentes e dependem das drogas usadas e da reacção do organismo. Os mais frequentes são:

Náuseas e vómitos
Aparecem geralmente pelo segundo ou terceiro dia após o tratamento. Podem ser tomadas algumas medidas para os combater, como fazer refeições pequenas e várias vezes por dia, evitar alimentos gordos, mastigar bem, etc. É sempre necessária a administração de medicamentos, antes e depois da quimioterapia.

Alterações intestinais como diarreia ou obstipação
Pode tornar-se necessária a toma de medicamentos. Devem ser evitados os alimentos gordos, bem como o leite e derivados. As refeições devem ser pequenas.

Anemia, baixa das plaquetas e maior susceptibilidade a infecções
Os fármacos usados na quimioterapia afectam as células sanguíneas levando a uma redução das mesmas, o que conduz a anemia, com a correspondente sensação de cansaço, sangramento fácil e aparecimento de «nódoas negras» por baixa das plaquetas e, ainda, maior frequência de infecções por diminuição das defesas do organismo.

Febre

É um sinal de alerta para a presença de infecções que são mais frequentes nos doentes submetidos a quimioterapia como consequência da baixa das defesas do organismo acima referida. No caso de aparecer febre, deve avisar o médico pois pode ser necessário iniciar algum tratamento.

Queda do cabelo e dos pêlos
A queda do cabelo e dos pêlos tem o nome médico de alopecia. Pode ser completa ou moderada. Aparece geralmente pela terceira semana após o primeiro tratamento. É temporária, voltando o cabelo e os pêlos a crescerem após o termo da quimioterapia.

Alterações da pele e das unhas
A nível da pele pode aparecer vermelhidão, descamação e manchas. Também as unhas podem ficar quebradiças, escuras e em alguns casos até cair. Deve ser evitada a exposição ao sol e podem ser usados cremes hidratantes. Estas alterações desaparecem geralmente algum tempo após o termo do tratamento.

Alterações do ciclo menstrual
Sob a acção dos medicamentos usados na quimioterapia há uma redução na produção de hormonas, o que leva a alterações do ciclo chegando muitas vezes à amenorreia, ou seja, à ausência de menstruação. Estas alterações podem ser reversíveis, voltando os ciclos à normalidade após o termo da quimioterapia, sendo contudo a probabilidade de reversibilidade menor nas mulheres mais velhas, que muitas vezes entram defi nitivamente em menopausa.

No caso de permanecer menstruada durante a quimioterapia, saiba que pode engravidar, devendo contudo essa gravidez ser evitada dado que pode provocar anomalias no feto.

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/saude-medicina/saude-no-feminino/artigos-gerais/a-quimioterapia-no-cancro-da-mama.html


A hormonoterapia no cancro da mama
Os mecanismos de acção deste tipo de tratamento usado para impedir o estímulo das hormonas nos tumores


Os estrogéneos, hormonas femininas, são produzidos nos ovários e noutros tecidos do corpo, fundamentalmente na pele e no tecido adiposo, sob a acção de uma enzima chamada aromatase.

Na mulher em idade fértil, os ovários são a sua principal fonte de produção. Após a menopausa, com o declínio da função dos ovários, a formação de hormonas mantém-se, embora a níveis mais baixos, fundamentalmente a nível da pele e tecido adiposo.

A hormonoterapia consiste assim em impedir, através de medicamentos, o estímulo das hormonas nos tumores cujo crescimento é estimulado por estas, ou seja, nos cancros com receptores hormonais. Também se pode obter o mesmo efeito através da cirurgia, com a remoção dos ovários, se a mulher se encontrar antes da menopausa.

Depois da menopausa não se justifica a cirurgia porque a produção de hormonas pelos ovários declina. O tratamento a ser usado é ponderado caso a caso. Tal como a quimioterapia, a hormonoterapia actua sobre todas as células do corpo.

Os medicamentos podem ter um de dois mecanismos de acção:
1) Bloqueio dos receptores de estrogéneos, situados no núcleo das células, impedindo a acção da hormona natural sobre o tumor. Encontram-se dentro deste grupo o Tamoxifeno e o Raloxifeno.

2) Redução da produção de estrogéneos pelo organismo, baixando os níveis da hormona na circulação sanguínea, o que pode ser feito através de dois grupos de fármacos: os inibidores da aromatase e os análogos da LHRH.

A hormonoterapia está indicada nos tumores com receptores hormonais, podendo ser realizada nas seguintes situações:

- Posteriormente à cirurgia, como terapêutica adjuvante, para prevenir o reaparecimento da doença, tanto a nível da mama como em locais distantes – metastização.

- No cancro metastizado. Neste caso, tem como objectivo não a cura mas o alívio da sintomatologia e o atraso da evolução da doença.

- Em casos seleccionados, antes da cirurgia, ou seja, como tratamento neoadjuvante.

Em termos de efeitos secundários pode afirmar-se que todos os fármacos usados levam ao aparecimento ou ao agravamento de sintomas da menopausa dado que suprimem a função hormonal. Entre estes, contam-se os afrontamentos, a secura vaginal e o enfraquecimento do cabelo.

Relativamente ao Tamoxifeno, que é um dos fármacos mais usados, possui acção antiestrogénica sobre o tecido mamário, desempenhando assim uma função antineoplásica. Porém, exerce acção estrogénica sobre os lípidos plasmáticos com o consequente efeito cardioprotector, diminuindo o risco de «angina de peito». A nível do osso, prevenindo a osteoporose e sobre o endométrio, estimulando-o, o que leva ao aumento da incidência de cancro do mesmo, o que constitui um efeito adverso.

Outro efeito adverso que possui é o aumento da incidência de tromboembolismo (formação de coágulos que podem originar tromboses). Contrariamente ao Tamoxifeno, o Raloxifeno protege o endométrio. Durante o tratamento, se ainda for menstruada pode ficar grávida, o que deve ser evitado dado que pode ser nocivo para o feto.

Os análogos da LHRH provocam osteoporose com o consequente risco de fracturas. Os inibidores da aromatase, têm também efeito sobre os ossos, condicionando a osteoporose, e provocam artralgias (dores articulares).

Demonstrou-se resistência ao Tamoxifeno e sensibilidade aos inibidores da aromatase em doentes com tumores com quantidade excessiva de HER2.7

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/saude-medicina/saude-no-feminino/artigos-gerais/a-hormonoterapia-no-cancro-da-mama.html

A imunoterapia no cancro da mama
O papel da terapia biológica ou molecular no combate a esta patologia


A terapia biológica ou molecular (imunoterapia) consiste em usar fármacos que actuem fundamentalmente nas células cancerosas afectando minimamente as normais, tendo assim menos efeitos acessórios. Entre estes encontra-se o Trastuzumab. Trata-se de um anticorpo específico para as células cancerígenas HER2+.

O seu mecanismo de acção consiste em bloquear os receptores HER2 situados na membrana celular, tornando mais lento ou mesmo parando o crescimento do tumor.

A sua administração em mulheres com cancros com sobreexpressão HER2 aumenta o número de casos em que, após o tratamento, quando se faz a cirurgia, a análise ao microscópio da peça operatória não revela tumor: o mesmo regrediu completamente sob a acção do fármaco. Na maior parte dos casos é administrado preventivamente após a cirurgia/radioterapia e/ou quimioterapia, durante um ano.

Esta terapia pode provocar febre, náuseas e vómitos, diarreia, alterações da pele e ainda dificuldades respiratórias e alterações cardíacas. Todos estes sintomas são raros.

Há outros fármacos em estudo, nomeadamente vacinas para o cancro da mama, mas que ainda estão em fase de experimentação. Idealmente, os tratamentos deveriam ser personalizados de acordo com as características do tumor, uma espécie de tratamento à la carte.

Os ensaios clínicos correspondem a estudos de investigação de novas formas de tratamento e de prevenção da recidiva do cancro. Podem ser úteis em alguns casos, podendo a doente beneficiar de novas abordagens terapêuticas que se mostraram promissoras em fases anteriores da investigação. A doente tem sempre de dar o seu consentimento depois de devidamente esclarecida.

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/saude-medicina/saude-no-feminino/artigos-gerais/a-imunoterapia-no-cancro-da-mama.html


Cancro mama: A cirurgia do cancro da mama

A cirurgia do cancro da mama
Como são realizadas e em que casos se adequam a cirurgia conservadora e a mastectomia


Há várias opções de tratamento dependendo a sua escolha de vários factores:


- Estádio da doença
- Tamanho do tumor relativamente à dimensão da mama
- Tipo de tumor, nomeadamente no que se refere aos receptores hormonais e ao HER2
- Estado geral da doente
- Situação relativa à menopausa

A cirurgia

Há vários tipos de cirurgia que são escolhidos de acordo com o estadio do tumor e as condições da doente, podendo conservar parte da mama ou implicar a sua total remoção.

  • A cirurgia conservadora

Chama-se cirurgia conservadora aquela em que a mama é preservada. É habitualmente seguida de radioterapia. Com esta cirurgia pretende-se, essencialmente:

- Conservar a mama preservando a estética e evitando os efeitos psicológicos negativos da sua remoção.
- Conseguir um controlo local da doença, semelhante ao proporcionado pela mastectomia (remoção total).

De acordo com vários estudos, tem-se verificado que se consegue um bom controlo da doença através da cirurgia conservadora, desde que sejam seguidas as suas indicações.

É indicada nas seguintes situações:

- Em tumores com diâmetro menor ou igual a três centímetros.
- Em mamas com um tamanho que permita alguma estética após a excisão do tumor.
- Em tumores unifocais (isolados).
- Em mulheres que manifestem interesse neste tipo de cirurgia.

Mesmo em tumores com diâmetro compreendido entre três e cinco centímetros, pode fazer-se inicialmente quimioterapia, chamada de indução ou neoadjuvante, para reduzir o tumor e tornar possível este tipo de cirurgia.

É claro que a abordagem feita nesta obra é muito sucinta, interferindo geralmente na decisão da cirurgia muitos outros factores que ultrapassam o âmbito deste livro, e que são ponderados caso a caso.

  • Dentro da cirurgia conservadora englobam-se a tumorectomia, a segmentectomia e a quadrantectomia.

A tumorectomia é a cirurgia em que apenas é removido o tumor, respeitando uma margem de segurança, ou seja, uma zona de tecido à volta do tumor que depois de analisada ao microscópio se veja que não possui a lesão. É habitualmente seguida da aplicação de radioterapia. Tem bons resultados estéticos.

A segmentectomia corresponde à excisão de um segmento mais amplo da glândula mamária.

A quadrantectomia é uma cirurgia mais alargada, em que é retirado o quadrante em que se encontra o tumor e a pele que o recobre. Dado que tem maus resultados estéticos, tem vindo a ser substituída, cada vez mais, pela tumorectomia. O seu nome tem origem no facto de cada mama ser dividida em quatro quadrantes.

  • A mastectomia

É a cirurgia em que a mama é removida. Pode ser mais ou menos alargada, sendo a técnica de eleição actualmente a mastectomia radical modificada, ou seja, extracção da mama com conservação dos músculos peitorais.

Esta cirurgia é feita em vários casos:

- Quando a relação e entre o volume tumoral e o tamanho da mama não permitem obter resultados esteticamente aceitáveis com a cirurgia conservadora.
-  Por preferência da doente.
- Em tumores multicêntricos (com mais de um foco tumoral).
- Na presença de determinadas doenças de base, como as do colagéneo.

Tanto a cirurgia conservadora como a mastectomia são geralmente seguidas de esvaziamento ganglionar axilar, ou seja, a extracção dos gânglios da axila (estes gânglios filtram a linfa que vai da mama para outras partes do corpo, podendo assim a doença disseminar-se).

O esvaziamento ganglionar axilar tem por objectivo ver a possível disseminação do tumor à axila, o que vai condicionar o estadiamento da doença e consequentemente interferir no tratamento a aplicar.

No caso de haver gânglios com tumor – metastizados – tem de se completar a cirurgia com quimioterapia. Ou seja, depois do tratamento cirúrgico a doente vai ter de fazer a chamada quimioterapia adjuvante. Há centros em que, em alguns casos seleccionados, em vez de se fazer o esvaziamento dos gânglios da axila se faz a técnica do gânglio sentinela, já abordada a propósito dos meios de imagem.

O gânglio sentinela corresponde ao primeiro gânglio de drenagem do tumor, ou seja à «primeira estação» para onde o cancro se pode disseminar. Para localizar este gânglio, injecta-se na mama um radiofármaco, que vai progredir na via linfática para o primeiro gânglio de drenagem que é assim localizado. Faz-se depois a sua análise.

Se estiver livre de tumor, evita-se o esvaziamento ganglionar axilar com todos as complicações que pode acarretar. Se apresentar tumor, procede-se então ao esvaziamento. A técnica do gânglio sentinela tem obviamente indicações específicas e contra-indicações que têm de ser ponderadas caso a caso.

PERGUNTAS FREQUENTES

  • Quais são as possíveis complicações do esvaziamento ganglionar axilar?

Podem aparecer:

- Hematomas, seromas (colecções de linfa), que em alguns casos têm de ser drenados.
- Inchaço do braço por acumulação de linfa (linfedema). Pode ser doloroso. Torna-se evidente em dois a sete por cento dos casos.

Trata-se com compressão mecânica intermitente, massagens e fisioterapia.
- Alterações da mobilidade do ombro. Está aconselhado o início precoce de movimentos a serem estabelecidos por profissionais.

  • Quanto tempo de internamento implica habitualmente a cirurgia?

É ponderado caso a caso, sendo contudo o tempo médio de cerca de cinco dias.

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/saude-medicina/saude-no-feminino/a-cirurgia-do-cancro-da-mama.html

Cancro mama: A determinação do desenvolvimento do cancro

A determinação do desenvolvimento do cancro
A metastização e a classificação dos cinco estádios tumorais, após o diagnóstico de cancro da mama


O estadiamento consiste na determinação do desenvolvimento do tumor, não só no local da sua origem, como à distância, ou seja, à sua possível metastização.

A metastização corresponde, consequentemente, à fixação de células tumorais que entraram na circulação sanguínea e/ou linfática, em locais distintos daquele em que o tumor se originou.

Com este objectivo, depois de ter o diagnóstico de cancro, o médico pede uma série de exames como o raio X ou a tomografia axial computorizada do tórax , para a determinação de possível metastização pulmonar.

Pede ainda a cintigrafia óssea e a ecografia hepática, para avaliação de possível disseminação aos ossos e ao fígado. São ainda realizadas análises de sangue com o mesmo objectivo. Os marcadores tumorais servem apenas para monitorizar a resposta à terapêutica nas doentes com metástases.

Os locais de metastização mais frequentes são os gânglios linfáticos, os ossos – principalmente a coluna vertebral, a bacia e a porção proximal (superior) dos fémures (ossos da coxa) –, o fígado, os pulmões e o cérebro.

Tendo como base o tamanho do tumor e a existência ou não de metástases a nível dos gânglios linfáticos e em órgãos distantes como os ossos, o fígado, etc., o tumor pode ser classificado em um de cinco estadios, conforme a classificação TNM, em que o T se refere ao tamanho do tumor, o N aos gânglios linfáticos e o M às metástases à distância.

TUMOR PRIMITIVO (T)


T0: não se evidencia o tumor primário

Tis: carcinoma in situ

T1: menor ou igual a 2 cm
T1a: maior do que 0,1 cm e menor ou igual a 0,5cm
T1b: maior do que 0,5 cm e menor ou igual a 1 cm
T1c: menor do que 1 cm e menor ou igual a 2 cm

T2: maior do que 2 cm e menor ou igual a 5 cm

T3: maior do que 5 cm

T4 tumor de qualquer tamanho com:
T4a: extensão à parede torácica não incluindo os músculos peitorais
T4b: edema incluindo pele de laranja, ou ulceração, ou nódulos da pele que cobre a mama
T4c: simultaneamente T4a e T4b
T4d: carcinoma inflamatório

GÂNGLIOS LINFÁTICOS REGIONAIS (a classificação aqui apresentada é baseada na evidência clínica, que engloba os exames de imagem, excluindo a linfocintografia, ou o exame clínico)

N0: sem metástases ganglionares

N1: metástases axilares homolaterais, móveis

N2: metástases axilares homolaterais fixas ou mamárias internas sem metástases axilares

N3: metástases infraclaviculares homolaterais associadas ou não a metástases axilares, ou metástases mamárias internas homolaterais e axilares; ou metástases supraclaviculares homolaterais com ou sem metástases axilares ou mamárias internas

METÁSTASES À DISTÂNCIA

M0: sem metástases distantes

M1: metástases distantes

Apresentam-se em seguida, de uma forma simplificada, os estadios tumorais:

Estádio 0: Tis  N0  M0

Estádio I: T1  N0  M0

Estádio II A: T0  N1  M0
                      T1  N1  M0
                      T2  N0  M0

Estádio II B: T2  N1  M0
                      T3  N0  M0

Estádio III A: T0  N2  M0
                        T1  N2  M0
                        T2  N2  M0
                        T3  N1  M0
                        T3  N2  M0

Estádio III B: T4  N0  M0
                        T4  N1  M0
                        T4  N2  M0

Estádio III C: Qualquer T    N3   M0

Estádio IV: Qualquer T   Qualquer N   M1


Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/saude-medicina/saude-no-feminino/artigos-gerais/a-determinacao-do-desenvolvimento-do-cancro-da-mama.html

Cancro mama: Principais testes e indicadores do cancro da mama

Principais testes e indicadores do cancro da mama
Informações que esclarecem o papel dos receptores hormonais e do grau histológico


Os receptores hormonais são proteínas especiais existentes nas células de alguns tumores onde as hormonas circulantes se ligam estimulando o seu crescimento. Daqui se infere que, quando um tumor os possui, responde ao tratamento hormonal, estando então este aconselhado.

O HER2

O HER2 (abreviatura de «Human Epidermal growth factor Receptor type 2») é um receptor localizado na membrana celular que desempenha um papel importante no crescimento e desenvolvimento das células normais, porque transmite do exterior para o interior da célula sinais que coordenam o seu crescimento.

Em aproximadamente 25 por cento dos cancros da mama verifica-se que ocorreu uma mutação genética que conduz ao aumento desta proteína na superfície das células, levando a que estas se dividam e multipliquem mais rapidamente contribuindo para a formação e progressão de um tumor. Estes tumores são chamados HER2 positivos e têm características próprias.

Há um fármaco chamado Trastuzumab, que é um anticorpo humano dirigido contra o receptor HER2, o qual se liga na superfície das células tumorais levando à sua destruição e redução do tamanho do tumor.

Este medicamento faz parte das chamadas terapêuticas biológicas ou moleculares ou ainda imunoterapia – um dos avanços recentes no tratamento tumoral – e tem por objectivo atacar pontos específicos das células tumorais preservando as células normais. Assim, aplicam-se de acordo com as características do tumor.

Estas terapêuticas diferem significativamente da quimioterapia, pois esta última actua sobre todas as células, tanto as do tumor como as células normais, o que leva a efeitos secundários mais importantes com óbvios inconvenientes (náuseas, queda do cabelo, etc.).

A sobreexpressão (quantidades excessivas) do HER2 corresponde geralmente a tumores mais agressivos, com pior comportamento clínico, mais sujeitos a recorrência. Por outro lado, tendem a ser tumores com menos sensibilidade a alguns fármacos mais usados, bem como ao Tamoxifeno.

São sensíveis aos inibidores da aromatase (inibidores dos estrogéneos). A evolução e a resposta ao tratamento dos tumores com sobreexpressão do HER2 é de tal modo diferente que começa a ser encarada a possibilidade de os separar
como grupo.

O grau histológico

Trata-se de um indicador importante de prognóstico, aplicando-se sobretudo nos tumores ductais invasivos. A sua determinação permite classificar os tumores em três graus, do melhor para o pior prognóstico: Grau I, Grau II e Grau III.

O grau histológico, o tamanho do tumor e a existência ou não de metástases ganglionares constituem os factores de prognóstico mais importantes. Para o médico é absolutamente crucial não só saber de que tipo de cancro se trata, tal como qual o seu estado de desenvolvimento, ou seja, o seu estadio, pois são factores que determinam o tratamento a propor e o prognóstico.

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/saude-medicina/saude-no-feminino/artigos-gerais/principais-testes-e-indicadores-do-cancro-da-mama.html

Cancro mama: Tipos de cancro da mama

Tipos de cancro da mama
Fique esclarecida sobre os adenocarcinomas, o carcinoma inflamatório e a doença de Paget


Como o seu tratamento e prognóstico variam com o tipo de tumor, descrevem-se aqui os cancros que apresentam maior incidência, os adenocarcinomas, para familiarização com a sua nomenclatura.

Faz-se ainda referência a duas formas de apresentação de cancro da mama, que embora pouco frequentes merecem a nossa atenção pela forma peculiar de apresentação. Trata-se do carcinoma inflamatório e da doença de Paget.

Entre os tumores da mama, os mais frequentes são os que se originam no tecido glandular, ou seja, nos ductos e nos lóbulos, designados por adenocarcinomas. Os tumores com origem em outras partes do tecido mamário, como por exemplo o tecido conjuntivo, são raros. Entre estes encontram-se os sarcomas e os linfomas.

Os adenocarcinomas
São os tumores mais frequentes e originam-se no tecido glandular, ou seja, nos ductos e nos lóbulos. Cerca de 90 por cento dos cancros da mama originam-se nas células dos ductos – carcinomas ductais – e grande parte dos restantes 10 por cento nos lóbulos – carcinomas lobulares.

Estes carcinomas podem apresentar-se in situ (carcinoma ductal ou lobular in situ), correspondendo a uma fase inicial do seu desenvolvimento, sem invasão dos tecidos mamários vizinhos e consequentemente sem perigo de se terem disseminado (metastizado).

Numa fase mais avançada da doença, o carcinoma torna-se invasivo (carcinoma ductal ou lobular invasivo), podendo assim disseminar-se, ou seja, metastizar através dos vasos linfáticos e sanguíneos a outros órgãos do corpo, sejam os ossos, o fígado, os pulmões ou o cérebro.

O carcinoma inflamatório
Trata-se de uma forma de apresentação de cancro em que a mama aparece com aspecto inflamado, vermelha e dura, com a pele assemelhando-se à casca de uma laranja, ou seja, uma mastite carcinomatosa de que já se falou anteriormente.

São tumores muito agressivos que se disseminam rapidamente, pelo que o tratamento inicial é a quimioterapia, de forma a evitar a sua propagação. Só depois se decide a terapêutica a seguir: ou se faz cirurgia ou se avança para a radioterapia.

A doença de Paget

É uma situação maligna que se apresenta com eritema (vermelhidão) e descamação do mamilo, podendo chegar, na ausência de tratamento, ao aparecimento de úlceras. Por vezes associa-se a prurido (comichão) e dor. Estas alterações são unilaterais, ou seja, só atingem um mamilo.

O diagnóstico é feito pela identificação de células de Paget através da citologia ou biopsia do mamilo. A mamografia e a ecografia podem ser negativas. A ressonância magnética pode ter grande interesse na pesquisa de doença oculta. O seu tratamento é cirúrgico, mas pode ser necessário efectuar radioterapia, quimioterapia ou hormonoterapia, se à lesão mamilar se associar uma massa.

Para além do tipo de tumor, o médico anatomopatologista faz outros testes muito importantes, entre os quais o doseamento dos receptores hormonais (estrogéneos e progesterona), a expressão do HER2 e a determinação do grau histológico.

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/saude-medicina/saude-no-feminino/tipos-de-cancro-da-mama.html

Cancro mama: Diagnóstico do cancro da mama

Diagnóstico do cancro da mama
Identifique os sinais de alarme e saiba que exames permitem diagnosticar esta patologia


O cancro da mama pode apresentar-se de várias formas:


- Um nódulo
- Uma mastite (em que a mama fica «inchada» e vermelha, por vezes com a pele assemelhando-se à casca de uma laranja, podendo acompanhar-se de dor)
- Por retracção (encolhimento) da pele
- Por corrimento mamilar

Pode assim compreender-se que o auto-exame (observação feita pela própria mulher) é muito importante na detecção precoce do cancro, permitindo, frequentemente, um diagnóstico mais precoce com a consequente maior probabilidade de cura, evitando que o tumor metastize, ou seja, se dissemine a outras partes do corpo.

Para fazer o diagnóstico de cancro da mama, o médico baseia-se no exame clínico, designadamente na observação da mama, e nos exames de imagem.

A mamografia é habitualmente o primeiro exame a ser realizado. Permite detectar, na maioria dos casos, os tumores e caracterizá-los, ou seja, determinar a sua localização, o seu tamanho, as suas características.

Na mamografia podem ser diagnosticados tumores que não têm tamanho para serem palpados, o que só acontece habitualmente quando têm pelo menos dois centímetros de diâmetro. Admite-se que pode detectar-se um tumor um ou dois anos antes de se tornar palpável, o que tem franco benefício em termos de sobrevivência.

Os cancros podem ter vários aspectos na mamografia. Os mais frequentes são a distorção, as calcificações com aspecto maligno e o nódulo irregular.

A ecografia é também muito útil, complementando a mamografia e permitindo desde logo uma importante divisão entre nódulos sólidos e quistos, sendo estes últimos habitualmente benignos. Relativamente aos nódulos sólidos, o seu aspecto ecográfico pode orientar no diagnóstico relativamente à sua natureza benigna ou maligna.

A ressonância magnética é também um exame cada vez mais solicitado para esclarecimento de lesões duvidosas na mamografia e/ou na ecografia e para caracterização de tumores já diagnosticados.

Assim, por exemplo, se depois do exame clínico e da mamografia e ecografia, há suspeita de que uma lesão corresponda de facto a um cancro, o médico pode fazer uma citologia ou uma biopsia, que corresponde à obtenção de uma pequena porção da referida lesão. Esta será enviada para um laboratório de anatomia patológica, onde será analisada ao microscópio que geralmente dá o diagnóstico definitivo.

Depois de confirmado o diagnóstico de neoplasia maligna pelo anatomopatologista, e se ainda não foi realizada a ressonância magnética, esta pode então ser solicitada para melhor caracterização da lesão, nomeadamente a sua verdadeira dimensão e a eventual presença de outros focos tumorais. Permite assim, em casos seleccionados, uma melhor programação do tratamento a adoptar.

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/saude-medicina/saude-no-feminino/diagnostico-do-cancro-da-mama.html



Cancro mama: Rastreio do cancro da mama

Rastreio do cancro da mama
Em que consistem os programas de rastreio e quando devem ser feitos? As respostas de Ana Paula Avillez, médica imagiologista especialista em Senologia


Os programas de rastreio do cancro da mama consistem na avaliação de mulheres assintomáticas para as classificar como pessoas com alta ou baixa probabilidade de padecerem da doença ou para detectar aquelas que já a têm.

Têm grande utilidade pois a neoplasia da mama é a mais comum na mulher e tem frequentemente um crescimento lento. Por outro lado, a sobrevida das doentes com cancro da mama é fortemente condicionada pelo estadio da doença na altura do diagnóstico, sendo maior nas fases iniciais.

A partir de que idade deve ser iniciado o rastreio?
O cancro da mama é raro abaixo dos 30 anos de idade (apenas 0,3 por cento dos casos), aumentando a sua incidência rapidamente cerca dos 35 anos e continuando a verificar-se ao longo de toda a vida, embora a um ritmo mais lento após a menopausa.

Cabe ao Estado a implementação de programas de rastreio, dado que visam um problema de saúde pública, o que obriga a ter em conta vários factores, entre os quais a incidência da doença de acordo com a idade e a relação custo-benefício.

Assim, há que avaliar a vantagem de rastrear as mulheres de um determinado grupo etário, com todas as implicações monetárias que acarreta e o ganho efectivo na esperança de vida.

É óbvia a consequente variação entre países nos escalões etários englobados nos programas de rastreio, considerando a disponibilidade de recursos financeiros e a esperança média de vida das suas populações.

Tendo em conta a incidência de cancro da mama de acordo com a idade e o seu comportamento biológico habitual, a American Cancer Society (ACS) recomenda o exame médico e a mamografia anual a todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade, associada ao auto-exame mensal.

Não está estabelecido um limite superior de idade, havendo controvérsia relativamente à idade em que os exames de rastreio devem começar a ser realizados com intervalos maiores.

Quais os objectivos dos programas de rastreio?

- Identificar as mulheres que têm a doença para iniciar o tratamento o mais cedo possível, de forma a melhorar o prognóstico, diminuindo as taxas de morbilidade e mortalidade.

- Identificar as mulheres que, embora ainda não padeçam da doença, têm elevada probabilidade de vir a tê-la, tomando-se neste caso medidas de precaução, como por exemplo a realização de exames médicos e mamografias com maior frequência, o encaminhamento em alguns casos para consultas de genética, etc.

Quando o teste de rastreio é aplicado a um grupo grande de pessoas, por exemplo as mulheres da província da Estremadura com idades compreendidas entre os 45 e os 69 anos, chama-se rastreio populacional ou comunitário.

Mas também pode ser aplicado a indivíduos assintomáticos que o procuram espontaneamente ou por proposta do médico, por exemplo as mamografias pedidas habitualmente pelo médico de família como exame de rotina, na ausência de sintomas.

Como se realizam os programas de rastreio populacional?

Define-se a população-alvo, ou seja, no caso do cancro da mama, a faixa etária em que a incidência da doença é suficientemente elevada para justificar a realização de um programa de rastreio.

Por exemplo, no rastreio levado a cabo pela Liga Portuguesa contra o Cancro, englobam-se as mulheres com idades compreendidas entre os 45 e os 69 anos.

As mulheres deste grupo etário, de uma determinada região, são contactadas e informadas acerca do programa e das suas vantagens, sendo-lhes garantido acompanhamento posterior em centros de referência, no caso de ser detectada alguma anomalia.

O exame de rastreio inicial é a mamografia. Se esta não evidenciar alterações e a paciente não apresentar factores de risco, será reconvocada de acordo com o intervalo estabelecido pelo programa de rastreio, que no caso português é de dois anos.

Se houver alguma alteração que precise de ser esclarecida, a mulher é convocada para fazer exames adicionais como por exemplo a ecografia, a biopsia, etc.

As mulheres devem ser alertadas para o facto de a mamografia não diagnosticar 15 a 20 por cento dos cancros, pelo que se notarem alguma alteração no auto-exame, mesmo que o estudo de rastreio tenha sido negativo, devem avisar o médico.

Que resultados se têm obtido?
Têm sido realizados vários programas de rastreio do cancro da mama, nomeadamente na Europa, incluindo em Portugal. Comparando resultados, tem-se constatado que nas mulheres que aderem aos rastreios é maior o número de casos de tumores diagnosticados em fase precoce, com maior probabilidade de sucesso terapêutico e consequente redução das taxas de morbilidade e mortalidade.

Fonte: 34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade, Ana Paula Avillez (médica imagiologista especialista em Senologia), editora Academia do Livro

http://saude.sapo.pt/saude-medicina/checkup-prevencao/artigos-gerais/rastreio-do-cancro-da-mama.html