terça-feira, 26 de março de 2013

Emprego: Rede social e a importância do CV

Encontrar trabalho: estar numa rede social não chega
Empregos não caem do céu. Mostre quem é, quais são as suas vantagens competitivas e esteja constantemente atualizado


Não basta estar nas redes sociais para ter mais probabilidade de encontrar um trabalho. É preciso «viver» nelas: investir tempo a atualizar o seu perfil, ter boas redes de contactos, saber alguns truques. Os empregos não caem do céu. É preciso procurá-los e deixar-se procurar.

O Linkedin é a rede mais utilizada, inteiramente orientada para a empregabilidade. Primeiro mandamento, segundo o especialista em marketing digital e redes sociais da FLAD Gabriel Augusto : «Não confundir a utilização do Linkedin com a do Facebook». Esta última rede social espelha o dia-a-dia - e pode ser perigosa para efeito se não gerirmos convenientemente as definições de privacidade - , o Linkedin é profissional.

O drama da foto de perfil

Se já tem um perfil nalguma rede social deste género, focada para o mercado de trabalho, certamente um dos maiores problemas com que se deparou foi que fotografia escolher. Muitas pessoas optam por fato e gravata ou roupa formal. Fotografias de pose como aquelas que aparecem nas contracapas dos livros. Nem sempre é a melhor opção. Tudo depende da área de atividade.

«Deve transmitir uma postura profissional, que gere empatia e seja de fácil identificação para quando a o potencial empregador nos for conhecer ao vivo. Por exemplo, se for um designer, uma profissão mais criativa, não é preciso apresentar uma postura tão rígida. O mais importante é transmitir empatia e confiança». Nada de fotografias demasiado artísticas ou desatualizadas.

«A melhor analogia é escolher uma fotografia como se estivesse vestido para ir à entrevista», nota Gabriel Augusto. E, depois, para áreas criativas existem redes onde os profissionais podem expôr os seus portfólios. É o caso da Behande.

Depois, regra de ouro: otimizar o perfil. As empresas chegam a nós pelas competências que apresentamos, pelas recomendações que temos, «provavelmente a melhor forma de darmos alguma credibilidade e melhorarmos o nosso posicionamento». Assim, perfil completo e atualizado, sempre. «Caso contrário, dá a entender que não precisamos de trabalho e podemos deixar passar oportunidades».

Um truque: criar um bom título associado ao nosso nome e para além do cargo, colocar logo as nossas competências. «Só o cargo e a empresa onde trabalhamos não reflete claramente tudo o que fazemos. Existe espaço para descrever a função», aconselha o especialista. Se estiver desempregado, não faça disso tema tabu. Mais vale admitir logo que está à procura de novo desafio profissional.

Participar nas conversas dos grupos a que estamos associados também é fundamental. Uma forma de «demonstrar know-how e intervir».

Por vezes, os utilizadores ignoram a importância dos contactos pessoais. Se queremos que nos escolham, temos de permitir que nos contactem.

A língua em que disponibilizados o perfil também pode ser crucial, sobretudo para oportunidades fora do país. Existe a possibilidade de o otimizarmos em vários idiomas.

Finalmente, devemos criar o hábito de todos os dias vermos se temos mensagens para responder, criar conexões: «Não só para as oportunidades chegarem até nós, mas para nos prepararmos para eventuais entrevista » o âmbito das perguntas, para conhecer melhor empresas, por exemplo».

Já lá vai o tempo em que o currículo em papel era a única forma de nos darmos a conhecer às empresas onde queríamos trabalhar. Mas continua a fazer falta.

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Um CV pode ser mais do que um currículo
Conheça-se a si próprio para saber o que vale no mercado


Já lá vai o tempo em que o currículo em papel era a única forma de nos darmos a conhecer às empresas onde queríamos trabalhar. Hoje em dia são muitas as possibilidades e as redes sociais, como o Linkedin, dão uma ajuda. Não basta estar, é preciso investir tempo nelas. Mas um CV é um CV e continua a fazer falta.

Foi lançado recentemente em Portugal o CVitt, uma ferramenta gratuita que lhe permite fazer um currículo. Melhor, o seu currículo, com tudo o que de importante o define, para além do seu percurso profissional.

«Quisemos ir buscar o outro lado da pessoa, para o utilizador se conhecer melhor. Há muita gente que tem um espelho diferente do que aquilo que realmente é» e posiciona-se mal no mercado de trabalho, disse ao tvi24.pt Marco Vilela Gomes, da Ray Human Capital, responsável em Portugal pelo projeto que arrancou em novembro em Espanha.

«Hoje em dia as empresas querem conhecer os potenciais colaboradores numa visão 360º, através das redes sociais, networking e o CVitt apresenta outras dimensões para além do que está factualmente num CV normal», acrescentou.

É mais do que um CV padrão porque pode ser utilizado como um espaço de desenvolvimento pessoal e de competências. Que as empresas também procuram: quem é que numa entrevista já não se viu confrontado com perguntas como «Faz voluntariado? Costuma viajar?». O Cvitt pretende ser o espelho disso e não só: «Cruzamos três dimensões em particular para conhecer a pessoa - trajetória profissional, perfil de expectativas (como é que eu me vejo, como é que os outros me vêem, como é que eu gostaria de ser visto) e o perfil de talentos (necessariamente ligados com aquilo que fazemos para além da vida profissional)».

Desse cruzamento, sairão resultados que permitirão à pessoa «conhecer-se melhor e, acima de tudo, diferenciar-se. Este é o grande salto que o CVitt pretende dar».

Se o utilizador for, por exemplo, um analista financeiro, que trabalhe na banca, «pode perceber como é que se compara com as pessoas da sua idade, da sua função, na banca também, e perceber qual é o perfil genérico daquela função e o seu e qual o gap que tem em relação a essas competências para poder trabalhá-las», explicou o mesmo responsável.

Existem duas versões, ambas gratuitas, uma mais rápida e outra mais completa para elaborar o perfil. As duas convidam o utilizador a escolher um slogan, «uma frase que o defina e pela qual quer ser conhecido», lê-se na plataforma.

Depois, altura de identificar competências e talentos, não sem responder a uma série de perguntas como: «Já o felicitaram pela prática desta actividade? Tem certificados de cursos relacionados com esta actividade? Já foi mencionado como alguém de referência?». Tudo para detetar o quão competente e/ou talentoso é efetivamente,numa perspetiva de mercado. Ou se diz que é apenas porque sim.

Há também perguntas sobre que atividades intelectuais gosta de realizar e em que medida é que elas o satisfazem. Perguntas também sobre a forma como se relaciona com os outros. No final, quais as expectativas que tem em relação ao trabalho que ambiciona fazer.

Tudo é medido até chegarmos ao seu perfil do profissional: se é mais especialista, inovador, competitivo, de gestor, de serviço ou de suporte. Um perfil que pode ir sendo ajustado à medida que renova ou ganha competências.

As empresas que queiram ter também um perfil corporativo poderão fazê-lo gratuitamente pelo menos até ao terceiro trimestre deste ano. Os utilizadores singulares podem escolher o uso que dão ao CV: perfil público; só para utilizadores; e/ou só para empresas.

O especialista em marketing digital e redes sociais da FLAD, Gabriel Augusto, entende que esta «é uma ferramenta com muito potencial, a que as pessoas devem estar atentas também». «Parece-me um meio termo entre o Linkedin e o Facebook».

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