sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Cancro da mama: Efeitos secundários do tratamento (parte II)

Efeitos secundários do tratamento
Tendo em consideração que, provavelmente, o tratamento do cancro danifica células e tecidos saudáveis surgem, assim, os efeitos secundários. Alguns efeitos secundários específicos dependem, principalmente, do tipo de tratamento e sua extensão (se são tratamentos locais ou sistémicos). Os efeitos secundários podem não ser os mesmos em todas as pessoas, mesmo que estejam a fazer o mesmo tratamento. Por outro lado, os efeitos secundários sentidos numa sessão de tratamento podem mudar na sessão seguinte. O médico irá explicar os possíveis efeitos secundários do tratamento, e qual a melhor forma de os controlar.


Quimioterapia
Tal como a radiação, a quimioterapia afecta tanto as células normais como as cancerígenas. Os efeitos secundários da quimioterapia dependem, principalmente, dos fármacos e doses utilizadas. Em geral, os fármacos anti-cancerígenos afectam, essencialmente, células que se dividem rapidamente, como sejam:
  • Células do sangue: estas células ajudam a "combater" as infecções, ajudam o sangue a coagular, e transportam oxigénio a todas as partes do organismo. Quando as células do sangue são afectadas, havendo diminuição do seu número total em circulação, poderá ter maior probabilidade de sofrer infecções, de fazer "nódoas-negras" (hematomas) ou sangrar facilmente, podendo, ainda, sentir-se mais fraca e cansada.
  • Células dos cabelos/pêlos: a quimioterapia pode provocar a queda do cabelo e pêlos do corpo; no entanto, este efeito é reversível e o cabelo volta a crescer, embora o cabelo novo possa apresentar cor e "textura" diferentes.
  • Células do aparelho digestivo: a quimioterapia pode causar falta de apetite, náuseas e vómitos, diarreia e feridas na boca e/ou lábios; muitos destes efeitos secundários podem ser controlados com a administração de medicamentos específicos.
Alguns fármacos anti-cancerígenos podem, ainda, afectar os ovários; se deixar de haver produção de hormonas pelos ovários, poderá apresentar sintomas de menopausa, tal como afrontamentos e secura vaginal. Os períodos menstruais podem tornar-se irregulares ou mesmo parar podendo, ainda, ficar infértil, ou seja, incapaz de engravidar. Se tiver idade igual ou superior a 35 anos, é provável que a infertilidade seja permanente; por outro lado, se permanecer fértil durante a quimioterapia, a gravidez é possível. Como não são conhecidos os efeitos secundários da quimioterapia no feto, antes de iniciar o tratamento deverá sempre falar com o médico, relativamente à utilização de métodos contraceptivos eficazes.

Os efeitos secundários de longa duração, ou seja, sentidos a longo prazo, são raros; ainda assim, verificaram-se casos em que o coração se torna mais fraco. Em pessoas que receberam quimioterapia existe, também, a possibilidade de surgirem cancros secundários, como a leucemia, ou seja, um cancro nas células do sangue.

Terapêutica Hormonal
Os efeitos secundários da terapêutica hormonal dependem, principalmente, do próprio fármaco ou do tipo de tratamento. Nem todas as mulheres que fazem hormonoterapia apresentam efeitos secundários; em geral, estes efeitos são semelhantes a alguns sintomas da menopausa: afrontamentos e possível corrimento vaginal. Algumas mulheres apresentam períodos menstruais irregulares, dores de cabeça, fadiga, náuseas e/ou vómitos, secura vaginal ou comichão, irritação da pele em volta da vagina e erupção cutânea.

Se ainda for menstruada, durante o tratamento poderá ficar grávida, o que pode ser nocivo para o feto. Antes de iniciar o tratamento, deverá falar com o médico, relativamente à utilização de métodos anti-concepcionais eficazes.

É raro surgirem efeitos secundários graves. No entanto, pode provocar coágulos (ou trombos) de sangue nas veias, essencialmente nas pernas e nos pulmões. Num pequeno número de mulheres, alguns tratamentos com hormonoterapia podem aumentar ligeiramente o risco de enfarte do miocárdio. Podem, ainda, aumentar o risco de vir a ter cancro no endométrio, ou seja, no revestimento da parede muscular do útero. Qualquer perda anormal de sangue vaginal, deverá ser sempre comunicada ao médico; poderá ser necessário fazer um exame pélvico, ou mesmo uma biópsia, no revestimento do útero, bem como outros exames.

Se a terapêutica hormonal consistir em cirurgia, para remoção dos ovários, poderá entrar de imediato na menopausa. Neste caso, é provável que os efeitos secundários sejam mais graves, ou mais acentuados, comparativamente à menopausa natural. O médico pode sugerir um método eficaz de lidar com estes efeitos secundários.


Imunoterapia
No tratamento do cancro da mama HER2 positivo (20-30% de todos os casos de cancro da mama), existe um tratamento específico com um anticorpo monoclonal. Os efeitos secundários mais frequentes, durante o primeiro tratamento, são febre e arrepios. Outros efeitos possíveis são dor, fraqueza, náusea, vómitos, diarreia, dor de cabeça, dificuldade respiratória e erupções cutâneas. Regra geral, estes efeitos secundários tornam-se menos graves, depois do primeiro tratamento. Podem, ainda, surgir problemas cardíacos que, em alguns casos, podem levar a insuficiência cardíaca. Também os pulmões podem ser afectados, provocando problemas respiratórios que podem necessitar de cuidados médicos imediatos. Antes de iniciar o tratamento, o médico deverá verificar se apresenta problemas cardíacos ou pulmonares. Durante o tratamento, o médico deverá estar atento a sinais ou sintomas de problemas cardíacos ou respiratórios.


http://www.ligacontracancro.pt/gca/index.php?id=187

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