domingo, 10 de julho de 2011

Desintoxique o seu organismo

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Desintoxique o seu organismo
Saiba como fazê-lo da forma mais correcta


O seu organismo precisa de ser limpo. Esta é uma boa altura para devolver ao corpo a sua capacidade natural de auto-cura.

Para isso, só tem de alterar a sua alimentação, praticar exercício físico, evitar os químicos e ouvir o seu corpo.

Depois do programa, sentir-se-á mais saudável, com mais energia, terá perdido alguns quilos e a sua pele falará por si. Do que está à espera?

Não arranje desculpas para continuar a cometer excessos que prejudicam verdadeiramente a sua saúde. Está na altura de adquirir novos hábitos. Fique a conhecer este programa com a ajuda do próprio Alejandro Junger, da nutricionista Alva Seixas Martins e da fisiologista do controlo de peso Teresa Branco. E mãos à obra!
Ritmo frenético

Alejandro Junger nasceu no Uruguai e, até ir para Nova Iorque para fazer o internato de Medicina, tinha um estilo de vida saudável. Mas na cidade que nunca dorme, o seu ritmo de vida alterou-se radicalmente. Sem tempo para cozinhar, comia na cafetaria do hospital e das poucas vezes que ia ao supermercado ficava fascinado com os produtos pré-cozinhados. O resultado disso foi um gradual aumento de peso, uma sensação de exaustão constante, insónias, alergias, problemas de digestão e, para agravar ainda mais a situação, sentia-se deprimido, apesar de gostar do seu trabalho.

Os psiquiatras diagnosticaram-lhe um desequilíbrio químico, mas como não lhe apontaram uma razão para o seu estado, Junger recusou-se a tomar antidepressivos. Optou por pesquisar sobre o tema na medicina convencional mas também nas tradicionais, tendo chegado à conclusão que os seus problemas derivavam das toxinas que o seu organismo tinha em excesso devido a seu desregrado estilo de vida.
Excesso de toxinas

Seguindo essa teoria, o cardiologista decidiu fazer uma desintoxicação e começar a meditar. O resultado foi tal que Junger decidiu desenvolver o seu próprio programa detox que deu origem ao livro «Clean - The Revolutionary Program to Restore the Body’s Natural Ability to Heal Itself». O seu objectivo principal, tal como nos disse em entrevista, «é criar as condições certas para que o nosso organismo comece a auto-curar-se» e resolver problemas de excesso de peso, alergias, fadiga crónica, dores de cabeça, insónias, depressões, problemas digestivos, prisão de ventre e envelhecimento precoce.

Problemas estes que Junger atribui sobretudo à presença excessiva de toxinas no organismo. Para Teresa Branco, ainda são necessários mais «estudos científicos que fundamentem esta teoria». Mas o certo é que muitos destes problemas «estão relacionados com alterações de origem fisiológica que, por sua vez, são originadas pelo stress, pela genética ou pelo estilo de vida», afirma a mesma especialista.
Auto-cura

Para o cardiologista, o corpo é uma fonte de restauração, regeneração e mesmo de rejuvenescimento, mas para ser bem sucedido nessas funções tem de estar saudável. Caso contrário o processo de auto-cura depara-se com obstáculos que bloqueiam a função das células, as reacções químicas e com a falta de ingredientes necessários para que o processo ocorra. Evitar comida processada, optar o mais possível por produtos orgânicos e remover as bactérias prejudiciais do sistema digestivo são as regras para eliminar as toxinas que, de acordo com Junger, irritam os tecidos, danificam as células, forçam a inflamação, provocam alergias e estimulam os mecanismos de defesa.

«Durante os 21 dias do programa, as pessoas conseguem reactivar o seu sistema de desintoxicação, suportar o processo de detox através da nutrição e aumentar a eliminação. O que nos faz viver mais, melhor e parecermos mais jovens», realça o cardiologista. «Esta desintoxicação natural envolve vários órgãos, como a pele, o fígado, os rins, os intestinos, o sistema digestivo», explica Alva Seixas Martins.
Somos o que comemos

Segundo Junger, há necessidade de fazer programas de detox porque a forma como vivemos e comemos diminui o trabalho desses órgãos e o resultado é a acumulação de toxinas. Isto porque, como descreve o médico, «hoje em dia a maior parte das pessoas que vivem nos centros urbanos é constantemente bombardeada por químicos que se encontram na água, na atmosfera, nos cosméticos, nos produtos de higiene e de limpeza, e nos alimentos». Inimigos aos quais, Alva Seixas Martins, acrescenta «o excesso calórico».

Para a nutricionista Alva Seixas Martins não restam dúvidas. Este excesso calórico, derivado de maus hábitos de nutrição, muitos deles herdados culturalmente, é mesmo a principal toxina que invade o nosso corpo.

Teresa Branco, por seu lado, acredita mesmo que quem faça uma alimentação saudável diariamente não precise deste tipo de programas.

No entanto, Junger é de outra opinião. «Mesmo que coma apenas alimentos naturais, orgânicos, não processados, a quantidade, a frequência e a combinação do seu consumo podem torná-los tóxicos e desacelerar o processo detox».

«Quando se repete com frequências os mesmos alimentos, a sua toxicidade aumenta e há muitas pessoas a consumirem apenas meia dúzia de alimentos quando a alimentação deveria ser variada», confirma a nutricionista.
As vantagens

Tal como realça Junger, «nem todos os programas detox são iguais e alguns podem mesmo chegar a ser perigosos para a saúde». De acordo com Alva Seixa Martins, o Clean Program, «funciona como uma dieta de restrição calórica, com a vantagem de ser bastante equilibrado por incluir todo o tipo de nutrientes e ter princípios positivos porque estimula a prática de actividade física, do yoga e da meditação».

A nutricionista aponta ainda como vantagens o facto de não incluir alimentos processados e de estimular o aumento do consumo de alimentos naturais. «Quando se dá esta mudança alimentar, são vários os parâmetros da saúde que saem beneficiados e isso é facilmente perceptível. As pessoas sentem-se mais limpas, emagrecem, a pele melhora, a pressão arterial, os níveis de açúcar e colesterol no sangue diminuem e as pessoas sentem-se mais felizes», acrescenta.

O programa foi elaborado para ser feito durante três semanas e Teresa Branco realça que o nosso organismo está preparado para este tipo de alimentação restrita durante um período limitado de tempo. «Se for realizada durante muitos dias podemos ficar desnutridos», realça.

Texto: Rita Caetano com Alejandro Junger (cardiologista), Alva Seixas Martins (nutricionista) e Teresa Branco (fisiologista do controlo do peso)


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